Depende...
Depende. Essa é a resposta do sábio.
Pensei em escrever sobre isso, hoje, depois de ver mais uma matéria, na televisão, ditando regras de Feng Shui. Sim, a mídia tem e teve um papel importantíssimo na divulgação dessa arte, no Ocidente. Na maioria das vezes, de forma superficial e banal, como é possível fazer em poucos minutos de matéria, com pontos de audiência em jogo. Meu objetivo aqui não é julgar, mas alertar sobre o tipo de informação divulgada pois, quanto maior a audiência, maior a responsabilidade.
Entendo a pressão e a sedução da visibilidade, mas se pudesse fazer uma ponderação, diria: antes de espalhar regras dogmáticas, usem a resposta do sábio. Só assim, estaremos valorizando nosso trabalho como consultores e ajudando a perpetuar uma cultura tão valiosa e cheia de sutilezas.
É comum receber o pedido de algum jornalista querendo uma lista com 10 dicas infalíveis de Feng Shui. Ou ver um amigo, com os olhos arregalados, perguntando se “espelho no quarto dá azar”. Outro, indagando se é bom colocar um Ba guá em cima da porta ou um cristal na janela. E tem aquele que tem medo de me convidar para conhecer a casa, achando que precisa organizar tudo antes. (Mal sabe ele que minha casa também tem a baguncinha saudável, do dia-a-dia.) Isso tudo acontece graças à desinformação.
Fazendo um paralelo, as dicas de Feng Shui que você ouve por aí, têm a mesma validade que o horóscopo que você lê no jornal. São genéricas e portanto, não podem ser levadas a ferro e fogo. Meus amigos astrólogos vão me apoiar nessa. Um mapa astrológico é pessoal e intransferível. Assim como uma consulta de Feng Shui. Depende 100% do morador.
Por isso, repito: não existe mágica no Feng Shui. Existe um caminho de auto-conhecimento, que ajudará a refletir na casa aquilo que você é, ou precisa saber que é.
Ah, e às perguntas dos amigos, respondo sempre: depende…
Bj Bj