Desapega ato 2: como descartar o que é mais difícil.
O exercício de desapego, quando entramos no descarte de itens com forte carga afetiva, exige musculatura emocional. Procuro sempre olhar o lado cheio do copo. Se você se identifica comigo, vai gostar da dica a seguir.
Durante a fase do desapego, não foque no que está descartando, mas naquilo que está escolhendo manter. Isso muda completamente a perspectiva. Essa preparação é necessária porque vamos entrar na categoria mais difícil desse processo: as lembranças! Fazem parte desse item: fotos, bilhetinhos, ingressos, desenhos dos filhos, etc, etc.
Atualmente, as pessoas imprimem poucas fotos, guardam nas nuvens, em computadores. No meu caso, continuo imprimindo. Gosto de tê-las por perto, para relembrar momentos felizes ou pessoas queridas que não estão mais aqui. Aliás, essa é uma das recomendações do Feng Shui: não ter visíveis imagens que gerem sentimento de tristeza. Quando quiser matar as saudades de alguém que já se foi, abra o álbum, reverencie a memória. Depois, feche e guarde novamente.
Ainda sobre as fotografias, livre-se daquelas que trazem lembranças tristes. Relacionamentos que acabaram, amigos que se foram. Enfim, tudo o que não promova um sentimento bom. Aliás, guardar coisas de "ex" não é uma boa ideia. Liberte-se e libere a energia do outro também.
A confusão virtual também é um fenômeno da modernidade. Não adianta jogar montes de fotos impressas e manter o HD, ou sua nuvem, cheios de lixo eletrônico. Organize por temas: Viagens, Amigos, Família. Será mais agradável buscar, quando quiser rever algum evento.
Há coleções de tudo o que você possa imaginar: de camisetas, de souvenirs, de carrinhos de ferro, de bonecas, rolhas de vinho, tampinhas. Tudo isso ocupa espaço físico e tempo. O Feng Shui não proíbe nada, mas recomenda que você cuide e limpe, para que a energia não fique estagnada. E, se tem poeira, tem energia parada. Avalie se é o caso de manter, ou se a coleção está consumindo tempo que você poderia dedicar a outras coisas mais importantes.
Outras lembranças podem ser ressignificadas. No lugar de comprar peças novas, resolvi repaginar alguns móveis confeccionados pelo meu pai, quando era vivo. Refiz a pintura de uma armário, que uso no meu office, para organizar material de escritório, impressora, etc.
Essa foi uma maneira de dar novos usos para peças, com enorme valor afetivo, que só me trazem boas lembranças.
Outra categoria sensível são as cartinhas, bilhetinhos, desenhos dos filhos. Eu, que não tenho filhos, tive enorme dificuldade em descartar os desenhos dos meus sobrinhos, quando crianças. Afinal, escolhi guardá-los.
O processo não precisa ser dolorido. Se você gosta muito de alguma coisa, mantenha. Não existe uma métrica exata do que deve ir ou ficar. Você é a pessoa mais indicada para definir essa medida. Garanto que as lembranças mais significativas estão guardadas num lugar que não tem limite de armazenamento: seu coração!
Até a próxima!
Bj Bj
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